Becquerel

Antonie Henri Becquerel

Antonie Henri Becquerel nasceu na França em dezembro de 1852. Filho do físico Alexander Edmond Becquerel, cientista e professor de Física Aplicada, com pesquisas voltadas sobre radiação solar, fluorescência e fosforescência e neto também de um físico que realizou diversos trabalhos em eletroquímica. Henri Becquerel iniciou sua vida acadêmica com pesquisas voltadas para a rotação da luz polarizada no plano causada por campos magnéticos. Posteriormente pesquisou sobre os espectros de infra-vermelho, observando a luz emitida por certos cristais fosforescentes sob iluminação infravermelha e a absorção da luz pelos cristais.Essa pesquisa lhe rendeu o doutorado em 1888.
Investigou se os raios-X tinham alguma ligação com a ocorrência natural da fosforescência, pois havia herdado de seu pai, cristais de urânio, que emitia fosforescência quando exposto a luz.
Sua principal contribuição cientifica foi a descoberta da radioatividade e junto com uma equipe de cientistas realizou experimentos envolvendo emissões de urânio em filme fotográfico e desvendou os mistérios da radioatividade. Essa observação lhe rendeu o Prêmio Nobel de 1903, que dividiu com o casal Curie.
Foi membro das academias das Ciências da França, secretário de Berthelot,membro da Accademia de Lincei e da Royal Academy de Berlim, foi eleito oficial da Legião de Honra.
Faleceu em 1908.

A descoberta da Radioatividade

Henri Becquerel

Becquerel havia acompanhado a descoberta do raios-X feita por Roentgen, em 1895, e inspirado o jovem francês que estudava os fenômeno da fosforescência se indagou se uma substância fosforescente emitira raios-X.
Em fevereiro de 1896, o cientista francês Becquerel colocou sais de urânio em um filme fotográfico com papel preto e esperava que os raios solares ativassem a luz do material, causando o efeito fosforescente e esses cristais começariam a emitir raios-X. Desta forma, esperava que o filme fosse impresso, e foi, tentou repetir o experimento, contudo o tempo se tornou nublado.
Então em uma gaveta, Becquerel colocou filmes fotográficos envoltos com papel preto próximos a um mineral a base de urânio ( o sulfato duplo de potássio e uranilo -  K2(UO2)(SO4)2 ), que ao ser aberta dias depois, apresentava os filmes fotográficos manchados e isso intrigou Becquerel.
Becquerel descartou a hipótese que raios solares teriam manchado os filmes, uma vez que estes estavam em uma gaveta fechada e escura e o tempo se manteve nublado. Então resolveu revelar os filmes dias depois e intrigado o cientista suspeitou que o mineral presente na gaveta pudesse emitir algum tipo de radiação e se outros sais também tinham essa capacidade de manchar filmes fotográficos.
Assim, o jovem Becquerel testou diversos sais e pode concluir que apenas os sais que continham urânio eram capazes de emitir radiação, tendo escrito em seu diário científico:
"A ideia de examinar se corpos emitiam radiação invisível e penetrante me foi sugerida após o anúncio dos primeiros experimentos de Roentger. Poincaré me mostrou as primeiras radiografias feitas por Roentger feitas em 1896 na Academia de Ciências em Paris. [...] Em resposta me afirmou que a fonte de raios era um ponto luminoso na parede de um tubo de vidro que recebe corrente catódica[...] imediatamente pensei em estudar se essa nova emissão era causada pelo movimento vibratório que dá origem a fosforescência e se todos os corpos fosforescentes poderiam emitir radiação similar[...] era natural supor que uma transformação de energia deveria ocorrer, que uma energia era fornecida para que essa radiação fosse obtida", em outro trecho "[...] estou convencido que os sais de urânio produzem radiação invisível,mesmo quando mantidos no escuro. [...] não precisam ser expostos à luz para emitir radiação" - registrado em 1º de março. 
Inicialmente a radiação do urânio era denominada raios B,em sua homenagem. Becquerel demonstrou que os raios emitidos pelo urânio poderia ser desviados tanto por campos elétricos como por campos magnético (era radiação de partículas alfa). Também descobriu a existência das partículas beta (elétrons em alta velocidade que abandonam o núcleo atômico).
Becquerel atribuiu à radiação penetrante emitida pelos saí de urânio propriedades óticas, como reflexão angular, refração,polarização e aumento de intensidade ao ser estimulado pela luz.
Ainda com o fenômeno mal explicado, Becquerel sugeriu que sua aluna de doutorado, a Marie Curie, aprofundasse seu estudo sobre a radiação emitida pelo urânio, que mais tarde a Curie deu o nome de radioatividade.


Pesquisas realizadas por Becquerel

Henri Becquerel realizou um estudo detalhado sobre as propriedades físicas dos seguintes metais: cobalto e níquel e da substância molecular ozônio. Analisou também como os cristais absorvem a luz, sobre o comportamento da luz polarizada. Investigou o comportamento de sais fosforescente e não fosforescente quando expostos a radiação ultravioleta, infravermelha e violeta. Diferenciou o fenômeno fluorescência (emissão de radiação, na forma de luz, por um curto tempo após excitação externa) da fosforescência (emissão de radiação, na forma de luz, de forma persistente após excitação externa) e da luminescência
Dentre seus mais conhecidos destacam
  1. Investigação sobre a fosforescência (1882-1897);
  2. Descobrimento da radiação invisível emitida pelo urânio (1896-18970).

Referencias