Cloroquina: Entenda seu princípio ativo e como deve ajudar nos casos de COVID19

Estrutura química da cloroquina
Há alguns dias saiu um vídeo do presidente falando sobre o uso de uma substância denominada cloroquina, já usada em tratamentos de malária, problemas de pele, lúpus e doenças reumáticas, para o uso no tratamento do novo coronavírus.
A Organização Mundial de Saúde lidera um estudo, com quatro fármacos para o tratamento do novo coronavírus e a cloroquina está entre esses medicamentos. O ministério da saúde prevê a distribuição do fármaco a partir do dia 25 de março.

A Cloroquina no tratamento de COVID19

Variação da cloroquina
Um estudo-piloto publicado recentemente na China, "A pilot study of hydroxychloroquine in treatment of patients with common coronavirus disease-19 (COVID-19)" mostra que a aplicação da hidroxicloroquina, um fármaco similar a cloroquina, nos pacientes com coronavírus não obteve nenhum benefício. Segundo o abstratc do estudo foram administrados em um grupo (15 pessoas) 400mg de hidroxicloroquina, por 5 dias junto ao tratamento convencional e no grupo de controle ( também de 15 pessoas) foi mantido o tratamento convencional. Após sete dias foi rastreado traços de ácido nucleico do SARS-CoV-2 na garganta dos pacientes e 93,3% do grupo de controle teve resultado negativo (ou seja, sem contaminação do vírus), já o grupo que teve a administração da hidroxicloroquina 86,7% tiveram resultado negativo.
Tanto a hidroxicloquina como a cloroquina são usados contra a malária e sua ingestão em pacientes já fragilizados pelo coronavírus pode ser perigosa. Recentemente a revista VEJA publicou o artigo "Americano morre por se automedicar com cloroquina", no qual relata que um casal sexagenário no Arizona ingeriu uma variação da cloroquina, usada para tratamento de peixes de estimação, no dia 23/03/2020 e em 30 minutos após ingestão passaram mal, levando ao óbito do marido e internação em estado grave da mulher. Essa versão de cloroquina é diferente da usada no tratamento de pacientes com malária.
Outra publicação, francesa intitulada "Hydroxychloroquine and azithromycin as a treatment of COVID-19: results of an openlabel non-randomized clinical trial" 600 mg de hidroxicloroquina que em um grupo foi administrada junto ao antibiótico azitromicina e em outro não, em um total de  40 pacientes que apresentavam carga viral do novo coronavírus (SARS -CoV-2), sendo sintomático ou assintomático e um grupo de controle contendo apenas 6 pacientes.
Após 6 dias, um total de 26 pacientes apresentaram resultado negativo para a presença do ácido nucleico viral em zaragatoas nasais, do qual que só receberam a hidroxicloroquina apenas 57% houve a recuperação, 100% de recuperação dos que receberam a hidroxicloroquina com o antibiótico azitromicina e 100% do grupo de controle também se recuperaram nesse período.

Tratamento previsto no Brasil

A cloroquina será utilizada nos casos graves com internação hospitalar. O fármaco não estará disponível nas farmácias, a previsão é abastecer as redes hospitalares. 
O protocolo de aplicação previsto será de 5 dias, acompanhado de ventilação mecânica.

Lembre-se: Até o momento não há nenhuma evidencia científica com nenhum fármaco eficaz para o tratamento da doença.

Efeitos Colaterais: Cegueira, alterações no ritmo cardíaco, vômito e náuseas, câimbra, diarreia, dores de cabeça, lesões na pele como coceira e manchas na pele, lesões no fígado e até convulsões.


Referências