Cervejaria Backer e o Dietilenoglicol

Segundo a impressa, mais de trinta pessoas foram contaminadas com dietilenoglicol após consumo da cerveja Belorizontina e Capixaba. E a pergunta que fica é: Como ocorreu a contaminação?
A seguir, há um levantamento de dados e algumas suposições sobre o caso...


Dados divulgados pela imprensa

A suposição que ambos os doentes que apresentavam a síndrome nefroneural poderia ter sido por uma intoxicação alimentar partiu dos familiares. Que enquanto aguardam, os familiares das vítimas conversavam e concluíram que em todos os casos havia tido o consumo da cerveja Belorizontina, produzida pela cervejaria Backer.
Após suporem que a síndrome poderia ter sido causada pelo consumo da cerveja, a Vigilância Sanitária de Minas Gerais foi convocada e realizou a coleta de garrafas nas casas e a perícia concluiu que havia uma substância tóxica, o dietilenoglicol.
A cervejaria Backer nega o uso do dietilenoglicol em qualquer parte do processo de fabricação das cervejas. Mas afirma que usa o monoetilenoglicol como anticongelante de serpentinas, também tóxico.
Como a água congela à 0ºC e é necessário que o fluído dentro da serpentina esteja a -5º u -6ºC, então é normal misturar algum anticongelante à água.

Rótulos contaminados com Dietilenoglicol

Rótulos e Lotes contaminados da cervejaria Backer

O que é o monoetilenoglicol e o Dietilenoglicol

Tanto o monoetilenoglicol como o dietilenoglicol são substâncias claras, viscosas, apresentam um sabor adocicado e não tem cheiro. São comumente usadas como anticongelantes industriais, pois apresentam ponto de fusão inferior a -10ºC.
Conforme dados da superintendência da Polícia Técnico Científica da Polícia Cívil a contaminação por dietilenoglicol pode ser fatal com dosagem entre 0,014mg/kg à 0,17mg/kg.

Sintomas e Tratamento

Sintomas: mal-estar, vômito, náuseas e dores abdominais, insuficiência renal e em casos mais graves sintomas neurológicos, desde problemas na visão e paralisia facial até a paralisia do corpo inteiro. Em alguns casos é necessário a respiração (ventilação) mecânica.

Tratamento: Monitoramento hospitalar com tratamento à base de etanol.


Possíveis Locais de Contaminação durante a fabricação

Processo de Fabricação de Cervejas Artesanais

Uma das primeiras suposições é que houve a contaminação nos tanques de resfriamento, antes e durante a fermentação, locais em que a cerveja permanece em resfriamento. Contudo também foi encontrado dietilenoglicol em garrafas de gim e uisque produzidos na cervejaria. O que leva a crer que a contaminação ocorreu na água usada no inicio de todos os processos.
Outro ponto é a cervejaria Backer nega o uso do dietilenoglicol e afirma usar o monoetilenoglicol, então vem a pergunta:" Se ela não usa, como que a substância foi para lá?"
A resposta vem da distribuidora Imperquímica que vendia monodietilenoglicol fracionado para a cervejaria. A distribuidora foi fechada pela vigilância sanitária por que não tinha o alvará para comercializar o monoetilenoglicol, pouco menos o alvará para fracionar produtos químicos, que também era feita pela distribuidora.

Fontes:

Contaminação da cerveja: Fantástico entra na Backer, responsável pela fabricação da bebida

Entenda o que é o dietilenoglicol, substância encontrada em cerveja de Belo Horizonte